IMAGEM: REPRODUÇÃO |
A idéia do que viria a ser a revista PLAYBOY começou a perseguir Hugh Hefner em 1951, depois de alguns empregos irrelevantes e uma breve passagem como redator na revista Esquire. Ele acreditou que havia um nicho não explorado para uma publicação masculina sofisticada que refletisse os novos valores da sociedade americana do pós-guerra, já que a maioria das publicações masculinas era sobre caçadas, armas e carros, ignorando o assunto que mais preocupava os homens: mulheres. Para isso, convocou um amigo que possuía uma gráfica e outro, dono de uma distribuidora. Levantou US$ 8 mil com os pais e mais US$ 600 no banco. E assim a primeira edição da revista, com as famosas fotos que Marilyn Monroe fez antes da fama para um calendário, que foram adquiridas por míseros US$ 500, foi inteiramente produzida na cozinha do apartamento da família Hefner.
O nome sugerido para a revista seria Stag Party (em português, farra) e o símbolo, um veado fumando à espera de uma boa companhia feminina. Na véspera do lançamento, porém, Hefner descobriu que havia uma publicação com esse nome. Pensou em vários outros nomes, Top Hat, Bachelor, Gentlemen, até que um amigo sugeriu Playboy, nome de uma fábrica de carros falida. Hefner encomendou ao desenhista e diretor de arte da revista, Arthur Paul, uma nova mascote para o produto que iria ser lançado. Desde então, o coelho apareceu na capa de todos os exemplares da revista, exceto do exemplar número 1, transformando-se em um ícone mundialmente da marca.
A chegada às bancas aconteceu em dezembro de 1953, custando apenas US$ 50 cents, sem data na capa já que ele não tinha certeza se haveria um segundo número. Porém, a venda de 53 mil exemplares não só foi suficiente para pagar as despesas da primeira edição como também para financiar a segunda. A nova publicação tinha 44 páginas, incluindo, além de uma foto de Marilyn Monroe nua; uma história de Sherlock Holmes, escrita por Sir Arthur Conan Doyle; um artigo sobre os Dorsey Brithers; alguns desenhos feitos pelo próprio Hugh Hefner; e alguns outros pequenos artigos.
Diferentemente de outras revistas direcionadas ao público masculino americano naquela época, a PLAYBOY foi pioneira em mostrar mulheres totalmente nuas. Então, o segundo passo foi contratar uma pequena equipe, jovem e entusiasmada: dois redatores, um diretor de arte e mais pessoas para cuidar da publicidade e assinaturas da revista. Quase que instantaneamente PLAYBOY se tornou o maior fenômeno editorial da imprensa americana de revistas da década de 50. Começou a comercializar sua marca em 1956, com a venda das famosas abotoaduras no formato de cabeças de coelho. Foi neste mesmo ano que o primeiro pôster na página central foi publicado na edição de março de 1956: uma fotografia de Marian Stafford. Em 1959 atingiu um milhão de cópias vendidas mensalmente. Em 1960 inaugurou o primeiro PLAYBOY CLUB na cidade de Chicago. Rapidamente, essas boates, com suas garçonetes vestidas de coelhinhas, se expandiram por todo o país. Por mais de 20 anos fizeram sucesso, chegando a ter 2.5 milhões de associados, antes de serem fechados na década de 80. As famosas entrevistas feitas pela revista começaram em 1962 com o trompetista Mile Davis. Ao longo dos anos, personalidades famosas e marcantes como Jimmy Carter, Fidel Castro, Malcom X, Salvador Dali, Martin Luther King, Yasser Arafat, Muhammad Ali, Orson Welles, entre outros, concederam entrevistas históricas para a revista. Em 1970 a revista inovou mais uma vez ao lançar uma edição impressa em Braille.
Em 1971, a empresa entrou para o mercado de ações e passou a se chamar Playboy Enterprises, compreendendo a revista que vendia 7 milhões de exemplares/mês, 23 Clubes Playboy, resorts, hotéis e cassinos com mais de 900 mil associados em todo o mundo; uma editora de livros, várias linhas de produtos, uma agência de modelos, um serviço de limusines, uma gravadora e uma produtora de cinema e televisão. Tudo dirigido por um único homem. As primeiras edições internacionais da revista foram lançadas na Alemanha e na Itália em 1972. Os anos 70 foram difíceis e não por conta de feministas ou puritanos. Primeiro pelo surgimento de suas grandes concorrentes: Penthouse e Hustler. Depois pela chamada “Guerra Pubiana”. No início, a PLAYBOY mostrava apenas seios e bundas, mas não o púbis. Com a flexibilização das leis e costumes, desceu-se aos pêlos. A cada mês, alguém mostrava mais, porém quando seus concorrentes abriram as pernas das modelos, puseram mulheres se beijando e expuseram línguas, a PLAYBOY pisou no freio. Não chegaria lá, havia um limite e bom senso. E assim ficou em um incômodo meio-termo: pornográfica para seus inimigos, discreta demais para leitores potenciais.
A crise financeira veio com a queda de circulação e uma onda governamental que culminou na cassação das licenças de clubes e cassinos. Outro fato marcante aconteceu quando a Playmate do ano de 1980, Dorothy Stratten, foi assassinada por um ex-namorado ciumento, e o caso levou a revista às manchetes de jornais de uma forma negativa. Porém, a revista superou todos esses percalços, e continuou sua revolução no mundo masculino. A partir de 2008, a PLAYBOY começou a viver seu pior momento, assolada por uma crise financeira e queda nas vendas de todos os seus produtos, que culminou com a demissão do principal executivo da empresa, mas não estancou os enormes prejuízos. Se hoje, o império PLAYBOY se mantém em pé é graças ao licenciamento de produtos com a marca do coelhinho, pelo site da internet e pelo canal de televisão, já que as vendas da revista despencaram nos Estados Unidos, dos 7 milhões de exemplares por edição nos anos 70, para os atuais 1.5 milhões. Uma prova disso, é que a partir de dezembro de 2009 a revista reduziu suas edições anuais apenas para 10, combinando os meses de julho/agosto e janeiro/fevereiro.
FONTE: mundodasmarcas.blogspot.com
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